sexta-feira, 1 de agosto de 2025

CENA BAURUENSE (267)


COMEÇANDO AGOSTO COM O QUE ENXERGUEI NAS ANDANÇAS PELAS RUAS DA CIDADE

01. Publicado em 16/06/2025: Detalhe das arcadas da mais importante paróquia católica bauruense, localizada nos fundos da catedral, pelos lados da avenida Rodrigues Alves, acentuando opção pelo modelo arquitetônico que a rodeia.

02. Publicado em 17/06/2025: Neste casarão, hoje fechado e sendo dilapidado com o tempo, na avenida Rodrigues Alves, quase esquina com a Saint Martin, já tivemos escola religiosa, cursos e até mesmo, residência. Não merece o destino atual e está bem ao lado de outro ícone desta avenida, o escritório de advocacia do Ayub, ambos pixados dos pés à cabeça.

03. Publicado em 18/06/2025: Eis aumentando a largura da rachadura no viaduto João Simonetti, da rua Treze de Maio até praça da Bíblia, numa obra anunciada desde a interdição, porém nunca iniciada e pelo visto, atravessará a atual administração da incomPrefeita Suéllen Rosin. Diante do aumento do rasgo, dando já para ficar presa pernas humanas, creio que, como nada será mesmo feito, deveriam retirar o peso colocado com as manilhas de concreto e reforçar o madeiramento na parte inferior, pois o risco de algo de pior acontecer é latente. A foto, que não é minha, foi surrupiada das redes sociais, vai sem crédito, pois não consigo me lembrar sua origem.

04. Publicado em 19/06/2025: Dentre os esqueletos abandonados em plena construção na cidade, este encrustrado em plena Zona Sul da cidade, no cruzamento da rua Antonio Alves com Machado de Assis, representa algo de muita coisa que tem começo, algumas vezes meio e nunca fim. Este, creio eu, há mais de uma década entregue às intempéries sem nenhum cuidado. Hoje, uma placa procura novo destinatário.

05. Publicado em 20/06/2025: Avenida Nações Unidas, quase esquina com a Rodrigues Alves, junto aos tapumes da construção da nova loja do Magazine Luiza, uma triste placa indica três pontos turísticos e culturais de Bauru, todos vergonhosamente fechados, lacrados e sem notícia de quando voltarão a abrir ao público.

06. Publicado em 21/06/2025: Morar nas barrancas de um rio, como este, o Bauru - aqui no cruzamento da Nações com a Nuno -, que por décadas soltava todo o esgoto urbano em seu leito era para ver em suas margens o despontar de muitas árvores frutíferas, que iam desde goiabeiras até pés de tomates, nunca provenientes de plantações planificadas e sim, tudo fruto do resultado dos dejetos humanos ali despejados e algumas sementes florescendo em suas margens. Hoje, como dizem do término do escoamento do esgoto humano, a grande novidade é a pesca já ocorrendo em seu baixo leito.

07. Publicado em 22/06/2025: Como pode alguém em sã consciência querer ter dias normais, quando do lado de fora da janela de seu carro, o cenário se repete ao longo do percurso? Este na Nações, quase ao lado do terminal rodoviário e seu protagonista alguém quase com a mesma idade deste escrevinhador. Impossível transitar pelas ruas demonstrando indiferença, diante de nossas evidentes diferenças sociais. E depois, parte de nosso Congresso continua barrando qualquer possibilidade de avanço social.

08. Publicado em 23/06/2025: A FUNPREV é a Fundação de Previdência dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e fonte, por enquanto, única garantia da aposentadoria destes, porém, como se vê na foto de sua sede, na rua Rio Branco, alguns estão jogando no lixo algo muito sério e podendo comprometer o futuro de todos. Segundo já se ouve, nada sendo feito para reestabelecer o nível dos valores repassados aos seus cofres e em quatro anos, ela não terá mais condições de arcar com o pagamento mensal aos seus associados/contribuintes. Não seria o caso de abrir esse lixo, expondo quem a deixou nessa aflitiva situação?

09. Publicado em 24/06/2025: Até alguns anos atrás uma bandeira tremulando numa residência qualquer podia até representar patriotismo ou algo parecido, mas hoje ao ver uma delas, esteja onde estiver, a conotação é bem outra.

10. Publicado em 27/06/2025: A névoa que cobre a cidade de Bauru nos últimos dias pela manhã não é só a de seu espectro político, este mais que nebuloso, mas também refletindo essas oscilações de temperatura e da brusca mudança no decorrer do dia. De manhã, frio e névoa, depois calor e temperatura mediana. Enfim, nem sei mais com que roupa devo sair para não ter sobressaltos. Haja guarda-roupa, enfim, o sertão paulista não está nem um pouco acostumado com nada disso. Aqui aos altos das Nações Unidas na manhã da última quinta, 26/06.

11. Publicado em 28/06/2025: Fiquei tocado por este pequeno sitiante, seu Antenor que, até bem pouco tempo tinha uma banca na beirada da calçada, na esquina do Panelão do Redentor e ali vendia verduras, todas plantadas por ele, mas isso, pelo visto incomodou o grandão e ele foi impedido de ali continuar. Alugou um box vazio na mesma esquina e hoje faz tanto sucesso, que suas verduras são todas vendidas antes mesmo das 9h da manhã. Tem fila defronte seu pequeno comércio e assim, ele se tornou um sucesso no bairro e todos por lá já sabem: para conseguir comprar suas verduras, se faz necessário chegar cedo.

12. Publicado em 30/06/2025: Dois imóveis do centro velho bauruense, ambos no cruzamento das ruas Primeiro de Agosto com Treze de Maio. No primeiro, a sacada de edificação onde por anos funcionou a rádio 94FM e do outro lado da rua, onde funcionaram variadas agências bancárias. Circular por aqui é reviver um passado já bem distante de como são tratadas essas edificações e do que surge de novo (sic) ao seu redor.

13. Publicado em 29/06/2025: Rua Marcondes Salgado, uma quadra da feira dominical da rua Gustavo Maciel e o movimento dos carregadores de produtos é assim, pela manhã levam os caixotes cheios para abastecer as bancas e ao final, por voltas das 11h, daí pra frente, voltam com eles vazios.
Eassim dou por encerrado o mês de Junho de 2025. Logo mais as fotos referentes a julho.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

AMIGOS DO PEITO (242)


QUE DELÍCIA TER UM AMIGO COMO ADAUTO NASCIMENTO
Outro dia um gaiato me questionou dos motivos de um aí ter falecido e não ter escrito dele. Primeiro que, não escrevo só de mortos e depois, também só escrevo de pessoas da minha laia. Não me interesse escrevinhar de todos. Já faz um bom tempo que, procuro ser o mais criterioso possível com aqueles que aqui comparecem e são acarinhados com meus textos. Se eles possuem importância ou não, isso é outra coisa, mas ninguém pode negar ter sido bem seletivo e dentre os abordados, uma baita legião de gente na lida e luta, eternos batalhadores na busca deste tal de outro mundo possível.

E destes por quem nutro elevada consideração, deito falação, os tais textões com muitos parágrafos. E, venhamos, escrevinhar de alguém com o currículo de um ADAUTO NASCIMENTO é mais que luxo, melhor, um privilégio. Esse cara já rodou o mundo e sempre trabalhando, com uma câmera nas mãos ou nos ombros. TAmbém já atuou em tudo quanto é empresa jornalística de porte neste país e mais que tudo, sem se vergar e ganhando prêmios por onde passou. Possui um dos currículos mais respeitados dentro da história do jornalismo bauruense. Tem muita história pra contar e isso tudo já está demarcado no seu rosto, vincado pelas rugas, algo conquistado com a labuta do exercício destes seus 65 anos de estrada. Sim, Adauto é um estradeiro convicto e juramentado. A estrada está definida pelas marcas no seu rosto, algo que muito o deve orgulhar.

Pois bem, ele me liga ontem querendo me entrevistar para um projeto que está concluíndo e me diz, não poderia encerrar sem pegar meu depoimento. Maior orgulho que isso, ter ele aqui me coletando um depoimento. 35 anos atrás ele produziu um documentário fazendo história por essas plagas, o Bauruzão e agora, agraciado por uma dessas leis de incentivo, está produzindo outro contando como estão as coisas depois deste tempo todo. Marco com ele lá no meu modesto Mafuá e hoje, depois do almoço, nos encontramos e trocamos figurinhas, muitas delas, antes de propriramente sentarmos e gravarmos algo. A gravação em si foi rápida, mas o bate bapo que antecedeu e depois, o que finalizou o encontro foi algo, para mim, mais que arrebatador.

E depois, outra história, coisa de um ano atrás ele autografou um livro seu, o de memórias, intitulado "CAÇADOR DE IMAGENS - 50 ANOS DE ESTRADA" e deixcu aos cuidados do Pedrinho romualdo para me entregar. O Pedro esqueceu e hoje nem sabe direito onde deixou o livro. Adauto não tinha mais nenhum exemplar e me disse fez misérias para me trazer outro, devidamente autografado. Nele, sua longa trajetória, escrita do mesmo jeito que conversa com a gente, leitura saborosa, como um bom bate papo. Mal ele saiu peguei o livro e assim de cara já devorei perto de 100 páginas. Foi amor à primeira vista. Nele revi uma Bauru perdida hoje no tempo e no espaço, também nomes, lugares, instituições e situações por onde atuou. Só o fato dele ter estado pertinho de Lula naquela campanha contra o Collor, sendo um dos cinegrafistas da caminhada, é pra babar na fronha. Na verdade, eu não tenho muito o que falar pro Adauto e sim, o contrário, ele tem muito a falar, contar e relatar. Sua vida é pra um filme, longa metragem e com emoção do começo ao fim. Hoje mesmo, quando já viu e presenciou de tudo, o cara está querendo se aposentar, mas sabe, não deixará nunca o ofício. Tem sua produtora e nela, planos e propostas para revirar histórias e personagens. Eu, que de bobo não tenho nada, quero muito me aproximar dele e tentar ao menos produzir algo contundente sobre umas histórias aqui dentro da cachola.

Eu e ele temos exatos 65 anos. Ele pouco mais velho, de março de 1960 e eu de junho. Quem tem a oportunidade de se aproximar de alguém como o Adauto, logo de cara, se depara com um baita sujeito, desses que nas primeiras conversas, não tem como errar, ali está um sujeito sem amarras, sem cabresto e dos mais confiáveis. Já viu quase de tudo nessa vida, portanto não se deixa levar facilmente. Se envolve no que acha que bate com sua linha de pensamento e ação. Esse seu documentário é muito isso, revendo diletas pessoas e na junção, mostrar se avançamos ou regradimos e se ainda existe um jeito de trilharmos um salutar caminho. Ele sugere para reflexão, algo de como é a atuação para gente adentrando nossa idade, os idosos. O que existe de concreto em prol destes e como mostrando as deficiências, apontar caminhos onde tudo possa ocorrer mais amenos para quem tanto já fez. Em breve quero entrevistá-lo na retomada que tento fazer com o LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES. Ele, tenho certeza, em cada entrevista que fizerem com ele, terá assunto diferente para abordar e sempre atraindo mais a atenção. Ter ele aqui hoje na minha escrevinhação do dia foi mais que auspicioso. O cara é fera.

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (184)


CABIDÃO BAURUENSE
Até bem pouco tempo atrás era algo abominável para um servidor público municipal ter ao seu lado, atuando lado a lado, dentro da mesma estrutura profissional um parente próximo. Sendo pai, mãe e marido, existia uma tácita proibição. Se isso foi sendo perdido com o tempo, com o que chamam de conquistas salutares, direito adquirido, creio que, a proibição moral, a reprovação interna do próprio administrador deva continuar existindo, do contrário, estaria aceitando que a própria família por inteiro atuasse ali juntinho de si.

Isso hoje é acontecimento corriqueiro dentro das hostes administrativas da atual alcaide municipal, tendo Suéllen Rosin à frente da Prefeitura Municipal de Bauru. Guardião, o intrépido super-herói bauruense aborda o tema e faz uso de algo ouvido de alguns vereadores em oposição o que ocorre como algo corriqueiro. "Primeiro foi a mãe da alcaide, atuando numa secretaria, a de Ação Social, juntando para tanto um diploma de uma entidade evangélica neopentecostal da qual atua como comprovante de estar apta para a função. Discutível, porém digerido com grande esforço ferindo a garganta. Depois o pai da alcaide, sem atividade remunerada dentro da atual administração, mas pessoa das mais atuantes dentro do terceiro andar da Prefeitura, junto ao Gabinete da filha, dando ordens e ditando regras. O mesmo já administra a direção de alguns partidos com ligação umbilical com a administração e agora, não só marca presença, como é visto de forma frequente, como funcionário fosse, espécie de gerente, podendo até gerar futura reclamação trabalhista. E por fim, o marido que até então, quando ainda namoravam já presidia o DAE - Departamento de Água e Esgoto. Barulho ocorreu para destituir por inapetência diplomática, a tal falta de comprovada qualificação, e para amainar os ruídos proveninetes de quem demonstrava ser inaceitável, eis o algo novo e ele sendo conduzido a uma nova função, bem ao lado dela, ou seja, ambos juntinhos e a decidir os destinos da cidade. Será que dará certo isso de marido e sogro lado a lado? De tudo uma triste constatação, a família está toda ali, lado a lado, inevitável enxergar um CABIDÃO abrigando todos", diz Guardião.

Ele continua: "Que seria isso? Um cabidão despropositado e um acinte para a cidade de Bauru? Tem que não enxergue isso e aceite sem traumas e conflitos. Triste constatação. Entendo que, aceitando o triunvirato, que com ela formam um QUARTETO, nada musical, mas a comandar os destinos de uma cidade, dita como avançada e não umbilicalmente atrelada a preceitos ultrapassados. Assim sendo, prevendo que nada deverá parar por aí, se aproximando o aniversário da cidade, quero encontrá-la nas festividades e presenteá-la pessoalmente com um conjunto de cabides, novinhos em folha, prontinhos para o uso. Seria de bom alvitre saber antecipadamente de quantos precisaria e tem em mente se utilizar, evitando várias compras. Será que dez seria suficiente?", conclui nosso observador e prestativo capa e espada.

OBS.: Guardião é obra do traço do artista do traço, Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

COMENTÁRIO QUALQUER (263)


MINHA CONVERSA COM UM UBER E A MESMA COISA COM FREI BETO
Pego um uber em Bauru na tarde de terça, 29/07 e uma conversa é iniciada. Sempre é bom estabelecer um diálogo nessas viagens. Em algumas, algo auspicioso, noutras nem tanto. De cara percebo, o cara é bolsonarista e me diz, da preocupação que o país deve ter com a provável prisão do Seu jair (em minúscula mesmo). Trato tudo de forma irônica e digo que, não devemos ter assim tanta preocupação, pois o ex-presidente cometeu inúmeras irregularidades, crimes consumados e como quem assim age, precisa ser punido. Jogo para ele uma pergunta: "Se alguém comete um crime, acha que tem ou não ser punido? E se ele cometeu, por que deve ser isentado?". O cara tentou responder dentro dos parâmetros normais, mas ao tentar isentar ou desqualificar as condenações de seu mentor, caiu em contradições. Tive que enumerar onde Bolsonaro, não só pisou no tomate, como merece a punição, com a consequente prisão. E disse mais, quase ao final da viagem. "Se algum ato irregular voltar a ocorrer, como naquele dia 8 de janeiro e depois com a tentativa de golpe, mais punições. Precisamos normalizar o país e para isso ocorrer, punir seria consequência natural". A viagem termina num clima melancólico, pois ele esperava ter alguém como passageiro e a concordar com o que propagava, encontrando justamente o contrário.

A conversa me fez lembrar de uma entrevista do frei Beto, o frade dominicando, para o jornalista Chico Pinheiro (clique a seguir para assistir a entrevista por inteiro: https://www.youtube.com/watch?v=t1-X4cME3VY ). Nela ouvi algo sobre o mesmo assunto e acho muito pertinente, não só relembrar, como usá-la para explicitar algo em curso. Pra começo de conversa, nessa entrevista frei Beto relembra uma famosa frase do educador Paulo Freire sobre como é processado na cabeça das pessoas o massacre de informações, muitas delas desencontradas e muitos só processando as de tendências próximas ao que pensa: "A CABEÇA DO OPRIMIDO É O HOTEL DO OPRESSOR". É mais ou menos isso, o sujeito é totalmente oprimido, mas acaba pensando pela cabeça do seu opressor. Isso de muitos não enxergarem e não conseguirem digerir, muito menos entender o que de fato ocorre, merece ter transcrito na íntegra:

"O motorista do uber me disse que os ricos são necessários, afirmando que o pobre não teria emprego não existindo ricos. Respondo a ele que o que não deveria existir é o pobre. Não existe o pobre, existe o empobrecido. Só existe o pobre porque alguém acumulou a riqueza, por isso existe o rico. Nós temos que criar uma sociedade onde existe relativa igualdade. A riqueza tem que ser partilhada, tem que ser distribuida. Você ouve falar de super milionários no Brasil, ouve falar deles também nos Estados Unidos, mas não ouve falar de super milionários na Noruega, na Dinamarca e em toda Escandinávia, porque lá ocorre uma distribuição maior de renda. Aqui os ricos reclamam porque o Governo quer cobrar impostos de uma minoria. Dos 203 milhões de habitantes do país, os ricos não chegam a 200 mil pessoas e estes não querem pagar impostos. A ganância destes é muito, muito forte. (...) Vivemos dentro de uma cultura, no qual somos formados e quer nos incutir a ideia de que o sujeito é pobre porque é preguiçoso e o rico é rico porque trabalhou, se esforçou e tem um mérito. As pessoas não sabem como se configura a divisão de classes sociais. Tudo isso vem de uma cultura de deseducação política".

Não é nada fácil tratar deste temas nas ruas e embates diários. Posso simplesmente explodir e me contrapor de forma violenta, mas ao fazê-lo me afasto ainda mais de buscar que o outro se informe mais, busque mais informações e complemente seu pensamento. Continuo tentando dialogar. Convencer o outro só se faz com argumentos fortes, quebrando a linha de entendimento que o oponente opera. Tentar até quando? Vale a pena? Quem já tem a cabeça feita, que tipo de lavagem cerebral precisa ocorrer para mudar de ideia? Isso tudo é muito mais amplo do que possa imaginar minha vã filosofia.

e algo do assunto do momento
TRUMP ATACA ALEXANDRE DE MORAIS PARA DESVIAR ATENÇÃO QUANDO DEIXOU DE TAXAR QUASE 700 PRODUTOS BRASILEIROS - LULA SEGUE ALTANEIRO
1.) Vitória do Brasil Soberano. Trump Recuou
No mesmo dia que Trump Sanciona s pessoa física do ministro Alexandre de Moraes, ele recua na aplicação das taxas nos produtos que mais interessam ao Brasil, numa grande vitória do governo Lula e nossa diplomacia, cuja execução foi adiada pra 6 de agosto.
Embraer (aviões, helicópteros e peças), veículos, máquinas (ar condicionado, compressores, etc) e peças industriais, suco de laranja, aço, alumínio, ferro, cobre e outros minérios, fertilizantes, madeira, sisal e similar, petróleo e derivados, gás, vários produtos eletrônicos, máquinas e motores ficaram de fora da taxa de 50% .
Grande Vitória!!!
Viva o Brasil de Lula!!!

2.) O tarifaço de Donald Trump, inspirado pelo clã Bolsonaro, aos produtos brasileiros, que veio em uma versão meia bomba com o decreto assinado nesta quarta (30), pode acabar sendo um presente para o presidente Lula.
Suco, celulose, petróleo e aviões, entre outros, ficaram de fora da sanção, o que reduz o impacto sobre empregos e empresas no Brasil. Mas café e carne serão sobretaxados em 50%. Parte da produção que não for para os EUA será absorvida por outros mercados, mas parte pelo mercado interno, o que fará com que o preço desses alimentos, atuais vilões da inflação, abaixem.
E tempo era o que o governo Lula tentava ganhar nos últimos meses após o pico inflacionário da comida ajudar a corroer a popularidade do petista. Quem acompanha esse espaço sabe que venho repetindo que, para se reeleger, ele precisará entregar picanha e cerveja, mas também arroz e feijão, a um patamar menor do que hoje. Poder de compra é qualidade de vida, e qualidade de vida é voto.
Claro que ninguém aqui está festejando essa desgraça de tarifaço, que ainda vai trazer dor de cabeça, perda de postos de trabalho, diminuição de renda, perda de divisas, além, é claro, mais declarações abjetas do bolsonarismo apoiando a traição do próprio povo para colocar a pátria (EUA), a família (a própria) e a liberdade (de Jair) acima de tudo. E medidas para compensar a perda de mercado terão que ser aplicadas pelo governo, o que pode significar grana do contribuinte.
Mas o pacote de Trump veio, por enquanto, mais suave do que se imaginava, o suficiente para o governo federal fazer do limão uma (meia) limonada. E aqui cabe a análise do impacto político.
O Tio Sam baixou o porrete no Brasil, usando Jair Bolsonaro como justificativa, mas também tentando pressionar o país a garantir condições especiais para as suas big techs e forçar a redução de tarifas. Sim, eles ganham muito conosco e querem ganhar ainda mais.
Mas abriu uma lista longa de exceções a fim de reduzir o risco de inflação para o seu consumidor e de ira por parte de empresários importadores norte-americanos. Tem gente que não quer ser vista como traidor do próprio povo, e gente que não se importa (íntegra no UOL)
Leonardo Sakamoto

3.) TUDO SERIA MAIS SIMPLES SE ESTÍVESSEMOS UNIDOS E A DEFENDER O BRASIL - PITACO DESTE HPA
Porém, como se vê, nem tudo é e será fácil. Os brasileiros que defendem de fato o Brasil não podem concordar com a petulância norte-americana em querer impor sanções ao país pelo simples fato de queremos agir livremente e na defesa dos nossos interesses. Essas sanções, como a hoje pessoalmente contra o ministro Alexandre de Moraes é fácil de ser entendida. Os EUA agem assim, sempre o fizeram, tudo pelos seus interesses e nada a favor de quem se opõe a eles. O Brasil não necessariamente se opõe aos interesses norte-americanos, mas quer simplesmente procurar caminhos melhores dos até então trilhados quando totalmente alinhados do Império. Para os EUA nã oexiste a possibilidade de um aliado querer se tornar independente. Trump age assim, pois sabe do poderia de perda dos EUa diante do tabuleiro internacional de negócios. Se mantém pelo poderio bélico, esse incontornável. Se estívessemos unidos, na real defesa do Brasil, seria até fácil sair dessa, mas estamos diante de vendilhões por todos os lados e agindo escancaradamente ao lado dos interesses dos EUA. Lula sabe negociar, está em posição de vantagem, pois o mundo está ciente da bestialidade de Trump. Essa crise contra o governo brasileiro é para vergá-lo do Brics, de sua soberania e abrindo mão de seus minérios, tudo para favorecer os EUA. Seria trágico um recuo de Lula. Por isso, creio eu, o mundo está olhando para o Brasil e esse abuso de autoridade, de quem quer mandar no mundo, precisa ser contido. Sózinho o Brasil talvez não tenha forças para uma reação adequada, mas não pode também se render. Dependendo de como os demais países do planeta reagem a isso, talvez uma reação em conjunto e assim reverter o autoritarismo.

terça-feira, 29 de julho de 2025

MEMÓRIA ORAL (320)


APONTAMENTOS DA PERIFERIA DE PIRAJUÍ - REVIVENDO A HISTÓRIA
Na noite de segunda, 28/07, fui com Ana Bia na festa de uma ex-aluna, hoje mestra em Design, num lugar que não conhecíamos, o Voodoo Lounge, na quadra 34 da rua Antonio Alves. Pelo que vi do lugar, nas segundas, o negócio começa tarde e só termina na alta madrugada, tudo capitaneado pelo forte da casa neste dia, um concorrido karaokê. Eu, me aboletei num dos cantos e fiquei extasiado vendo como as pessoas disputavam o microfone. Eu, na minha incontida vergonha, creio, não conseguiria subir ao palco, mas ao questionar um dos dois que estarão comigo na sequência deste texto, ouço de um deles: "Não se deve ter vergonha de nada, pois olhe bem para a expressão das pessoas, elas vão lá cantam e depois já estão integradas novamente no contexto da casa. São apenas aqueles minutos no palco e depois tudo volta ao normal. Não tem porque se envergonhar e não querer também estar lá". Isso uma coisa, mas não é bem disso o motivo para aqui estar e fazer um relato mais demorado, o algo mais ocorrido naquela noite e, para mim, muito marcante. O Voodoo é outra história.

Pois bem, num certo momento alguém me reconhece e ao me chamar pelo nome, sem que o reconheça, se apresenta. Na verdade, duas pessoas, ambas de Pirajuí, Maurício Daniel e Leonardo Cipriani. O irmão do Maurício, Marcelo Daniel eu convivi mais na época em que estive, de certa forma muito entrelaçado com a vizinha Pirajuí. Eles dois chegaram a mim e me fizeram voltar no tempo, ao me recordar de como se deu minha participação no semanário então fazendo um fuzuê naquela cidade, o pequeno O Alfinete, cujo slogan é para mim inesquecível, "pica mas não fere". Intrépido jornal, que nas mãos de Marcelo Pavanato, reuniu uma nata de colunistas e semanalmente, escreviam o que lhes viesse na telha, junto de matérias locais que, pela verve aguçada do Marcelo, marcaram época. Ao se aproximarem de mim, deixaram claro desde o início, que eu não os conhecia, mas sim, eles a mim. E sabiam de tudo, acompanharam a saga d'O Alfinete, sabendo detalhes de como se deu aquilo tudo.

Enquanto estiveram ao meu lado ali na efervecência do lugar, nem mais ouvi o som alto ao meu lado, pois estava embalado por outra história. Sempre que me vem à tona algo envolvendo a saga deste pequeno jornal, sou tocado, como o fui desde o convite para dele participar e foi quando conheci uma pá de gente inesquecível para mim, como o próprio Marcelo - os dois -, o cantor e compositor Tito Madi, Piter Pereira, o professor Omar Khouri, o Cássio Cururu, que emprestava seu nome para que o jornal fosse publicado e tantos outros, que junto comigo embalaram aquele sonho. Eu não só enviava meu texto semanal para aquele jornalzinho - pelo seu tamanho diminuto -, como todos ajudávamos a ele se manter e ser o que foi, algo realmente revolucionário, idealista e marcante, pulsante, envolvente e contagiante.

Contei para eles de quando vi aberta uma possibilidade de produzir algo eterno, deixando registrado a história d'O Alfinete, com o edital da Lei Aldir Blanc. Lá inscrevi, através de uma pessoa ligada à atividade artística na cidade, um projeto onde contaríamos através de um áudio-visual, um documentário, revivendo e entrevistando seus remanescentes, o que foi aquilo tudo. Não deu certo, um mero detalhe impediu que o trabalho fosse feito, mas tenho isso dentro de mim, sei que, mais dia menos dia, eu estarei envolvido, com outros tantos e a contar essa história, que sei, deve gerar algo de interesse não só local, como regional e nacional. Falo disso constantemente com o Cássio Cururu e, talvez juntos, vamos encontrar um meio de contar isso tudo. Para mim é inesquecível passar lá pela praça pirajuiense e nos fundos, ver aquele prédio de dois andares, na parte baixa funcionava a gráfica e na de cima a redação, onde Marcelo arquitetava e conseguiu fazer com que o monte de prosopopéias se juntasse e saísse tudo publicado na manhã de cada sábado. Lá se vão mais de 25 anos, pois ao ir consultar meus alfarrábios, meus textos datam do ano de 2000.

Conversamos por um bom tempo, enquanto no palco continuavam sendo renovados, música após música, os participantes do karaokê. Num certo momento, não sei qual dos dois me fez vir à tona outra lembrança, a do nome de minha coluna semanal, a "Apontamentos da Periferia de Pirajuí", que é como inventei de designar minhas participações. Uma loucura, pois dei a entender que, eu cá de Bauru, participava do imbróglio de um local distante de onde tudo fervia, a então Pirajuí. Eles dois não só se recordavam do nome de minha coluna, como falamos de tanta gente, muitos já falecidos, envolvidos naquele momento e sem o querer, ajudando a fazer história na cidade. Muito me alegrou ao saber que, o filho do Marcelo Pavanato, o Pedro, desde muito tempo radicado em Sampa, possui o acervo quase completo do jornal, talvez tudo já digitalizado. Seria uma maravilha poder ter contato com isso, trabalhar em cima dele e produzir algo contundente, expondo para Pirajuí e o mundo, algo realmente alucinante ali possibilitado.

Da conversa que tive na casa noturna, saio de lá com a cabeça cheia de minhocas, todas se movimentando em alta velocidade, me movendo para que, agilize, faça algo meio que rapidamente para reviver essa história, ou seja, como dizia a velha canção, "eu quero é botar o bloco na rua". O Cássio Cururu vai ser perturbado, a Fátima Guermandi, a viúva do Marcelo idem, o filho deles, o Pedrinho - que hoje deve estar um Pedrão -, pois isso tudo não pode cair no esquecimento. Não sei se por uma dessas leis de incentivo, mas o fato é que essa história é muito boa. Outros jornais existiram por lá e pelo que sei, um deles continua até hoje a circular, creio que mensal, mas nada foi igual ao Alfinete, pois a proposta dele foi diferente. Ele foi na pegada do velho e saudoso Pasquim, do Folhetim, suplemento da Folha SP, pois quiseram e ousaram mostrar outras possibilidades de fazer e tocar um jornal em locais inusitados. Nunca mais, nem aqui em Bauru, ocorreu algo igual. Naquele época, muitos, hoje nenhum mais.

Maurício Daniel e Leonardo Cipriani souberam me emocionar. Primeiro por nenhum dos dois me conhecer pessoalmente e depois por tomar conhecimento de que, ambos me conheciam muito bem, com detalhes de minha e de tantos outros naquele ousado movimento cultural que, certamente, balançou a roseira e as estruturas da pequena cidade. Eu, cutucado pelos dois, vou ter que me mexer, botar o tal bloco na rua e fazer o possível e o impossível para contar essa saga. O Marcelo Pavanato, meu mais que dileto amigo, merece ter isso tudo revivido, contado em detalhes e posso não ser o mais adequado para fazê-lo, mas quero ser um dos que não desistirá dessa idéia enquanto não a ver realizada. Os culpados do momento são estes dois, que assim do nada, surgem de dentro de um bar e me reavivam algo um tanto adormecido. Eles, sem o querer, voltaram a acender uma chama, já quase apagada. Agora é lutar e levantar a bandeira alfinetista para paragens nunca dantes imaginada.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (202)


NÃO AO DESMONTE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. O DAE É NOSSO!
Em defesa do serviço público, da soberania municipal e da dignidade do povo bauruense
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM), legítimo representante das trabalhadoras e trabalhadores do serviço público municipal, vem a público se manifestar, com veemência e indignação, contra mais um capítulo do processo de desmonte do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru, escancarado com a nomeação do engenheiro João Carlos Viegas da Silva como novo presidente da autarquia.

A escolha não é neutra, nem técnica. Trata-se de mais uma decisão política da prefeita Suéllen Rosim com a intenção deliberada de entregar um dos bens mais preciosos da população bauruense, a água, nas mãos da iniciativa privada. João Carlos Viegas é nome conhecido por seu alinhamento com políticas de concessão e terceirização, tendo histórico de atuação em favor da diluição do controle público sobre setores estratégicos da administração.
O SINSERM reafirma: Água não é mercadoria. Água é vida. E nossas vidas não estão a venda. A privatização do DAE representa um ataque direto ao direito humano de acesso à água e ao saneamento, que devem ser garantidos com universalidade, qualidade e justiça social – princípios incompatíveis com a lógica do lucro.

É importante destacar que a história da autarquia é marcada por décadas de serviço de qualidade à população, mesmo diante do abandono crônico por parte de sucessivas gestões. E que o projeto precarização do DAE não é fruto de ineficiência de seus trabalhadores, mas resultado de uma sabotagem sistemática promovida por quem deveria investir em estrutura, pessoal e gestão pública eficiente. Sucatear para privatizar é a velha política de má-fé e corrupção.

A política do caos tem nome e método. Não é coincidência que, nos últimos anos, o DAE tenha sido alvo de cortes, nomeações políticas desastrosas e de omissões administrativas graves. Ao invés de promover concursos públicos, modernizar equipamentos, valorizar os servidores e tornar a autarquia referência em saneamento, optou-se por terceirizar serviços, inflar contratos com empresas externas e fragilizar a capacidade técnica interna. Agora, com a nomeação de Viegas, pavimenta-se de vez a trilha para a concessão.

O SINSERM denuncia, ainda, o inadmissível desrespeito para com trabalhadores e trabalhadoras do DAE, que não foram ouvidos nem considerados nos rumos que estão sendo traçados. Alertamos que a concessão do DAE significaria aumento das tarifas para a população, perda da transparência na prestação do serviço, demissões em massa e ausência de controle social.
Bauru precisa de políticas públicas sérias, com planejamento de longo prazo, participação social e gestão técnica comprometida com o interesse coletivo.
Conclamamos toda a população, os movimentos sociais, as entidades sindicais e os vereadores comprometidos com a cidade a se unirem nesta luta. Defender o DAE é defender o serviço público, é garantir o acesso universal à água, é proteger o futuro de Bauru.
ATO PÚBLICO CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO DAE
Dia 28 de julho, 11h
Em frente ao DAE - Rua Padre João, nº 11-25


E TRUMP E FAMIGLIA BOSTONARO INCENTIVAM SEU FIM - O PIX É O FUTURO DO DINHEIRO NO MUNDO, DISTANTE DA PORCENTAGEM DOS CARTÕES DE CRÉDITO NORTE-AMERICANOS
"Brasil poder ter inventado o fuuturo do dinheiro com o PIX". Professor americano Paul Krugman disse que sistema de pagamentos brasileiros pode abrir caminho para criação de uma moeda digital do Banco Central: https://bbc.in/4kVXtTZ

DONA AFIF, 103 ANOS, ONTEM NO "FANTÁSTICO", DA GLOBO E SUA LONGEVIDADE
Dona Afif morou boa parte de sua vida, os hoje 103 anos, ali nas imediações de onde mantive o Mafuá do HPA, barrancas do rio Bauru, entre a Gustavo Maciel, Inconfidência e Antonio Alves e sua longevidade, com uma saúde e vitalidade de fazer inveja a muitos, dentre os quais me incluo, com meus 65 anos. Pessoa das mais ativas na região, continua circulando pela região e hoje, expandiu seu leque de gente a admirá-la, pois foi figura marcante na matéria da TV Globo, programa Fantástico, sobre como a velhice pode ser encarada com saúde. Simpatia comprovada.

Digo algo e pode parecer piegas, mas pela sua idade e tendo convivido com os nas barrancas do rio Bauru por quase 60 anos de minha vida, conheço bem dona Afif. Sim, ela convive no meio de minhas histórias desde que me conheço por gente. Frequentou minha casa, amiga de minha mãe e até hoje, nos reencontros, não exister nada mais maravilhoso do que ela virar para mim e dizer: "Gostava muito de sua mãe". Olho para ela e relembro algo de minha infância, de minha família e deste pedaço da cidade. Daí, a importância desta escrevinhação e ontem, quando minha mana Helena anunciou que sairia algo sobre ela na televisão, fez questão de me ligar e dizer, "vai começar". Liguei, assisti e ao vê-la, bateu aquela bruta saudade de minha casa, da convivência durante a infância e adolescência ali nas proximidades da igreja Nª Senhora Aparecida, onde Afif sempre gravitou.

Em alguns momentos, mesmo com a intensidade da luta e lida, se faz necessário uma paradinha, um pit stop e o faço neste momento reverenciado a belezura de ver dona Afif, saudável e bem disposta, falante e pimpona, como sempre a vi e como sempre a terei. 

GOSTO DEMAIS DESTE EXEMPLO E CORAGEM DE VIVER A VIDA COMO SE GOSTA
“Você sabe o que é ser uma promessa?
Eu sei.
Inclusive uma promessa não cumprida.
O maior desperdício do futebol: Eu.
Gosto dessa palavra, desperdício.
Não só por ser musical, mas porque me amarro em desperdiçar a vida. Estou bem assim, em desperdício frenético. Curto essa pecha.
Mas nunca amarrei uma mulher a uma árvore, como dizem.
Não uso drogas, como tentam provar.
Não sou do crime, mas, claro, poderia ter sido.
Não curto baladas.
Vou sempre ao mesmo lugar, o quiosque do Naná, se quiser me encontrar, dá uma passada lá.
Eu bebo todos os dias sim, e os dias não muitas vezes também.
Por que uma pessoa como eu chega ao ponto de beber quase todos os dias?
Não gosto de dar satisfação para os outros. Mas aqui vai uma.
Porque não é fácil ser uma promessa que ficou em dívida. Ainda mais na minha idade.
Me chamam de Imperador.
Imagina isso.
Um cara que saiu lá da favela para ganhar o apelido de Imperador na Europa. Quem explica, cara? Eu não entendi até hoje. Talvez eu não tenha feito tanta coisa errada assim, não é?
Muita gente não sacou porque abandonei a glória dos gramados pra ficar aqui sentado bebendo em aparente deriva.
Porque em algum momento eu quis, e é o tipo de decisão difícil de voltar atrás.
Mas não quero falar disso agora. Quero que você me acompanhe em um rolé de cria.
Eu moro na Barra da Tijuca há muitos anos. Mas o meu umbigo está enterrado na favela.
Vila Cruzeiro. Complexo da Penha.
Sobe na garupa também. Vamo de moto. É assim que eu me sinto à vontade.” – Adriano Imperador.
: Sam Robles/The Players’ Tribune

domingo, 27 de julho de 2025

ALGO DA INTERNET (227)


MAIS UMA MATÉRIA DEPRECIATIVA COM A HOJE PÉRFIDA RÁDIO AURI-VERDE BAURU
"Rádio do interior de São Paulo se torna porta-voz do bolsonarismo após ser excluída da rede Jovem Pan - Com transmissão via Youtube, emissora Auriverde abriga pautas de Bolsonaro, como voto impresso", o título da matéria na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. Eis o link da matéria completa:https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/07/radio-do-interior-de-sp-se-torna-porta-voz-do-bolsonarismo-apos-ser-excluida-da-rede-jovem-pan.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo&fbclid=

ASSUNTO PERTINENTE - EU E AMANDA HELENA VERSANDO SOBRE A IDA OU NÃO FALAR NESSA RÁDIO FASCISTA, A AURI-VERDE
Amanda Helena é minha baita amiga, quase bacharel em Direito, gatista juramentada (tem quase 20 em sua casa), poetisa das quebradas do mundaréu (termo lançado por Plínio Marcos), portanto escrevinhadora como poucos nestas plagas e antenada com todos os assuntos pertinentes a nós, os deixados de lado neste mundo capitalista neoliberal, insano e cada vez mais doentio. Escrever de seu posicionamento político é estar antenado com quem de fato enxerga como deve se dar a luta, pois vivencia a labuta no seu dia a dia. 

Começo versando sobre o tema da participação, quando convidado, na programação da indefectível rádio Jovem Auri-Verde, hoje reduto do mais absurdo bolsonarismo reacionário que já tivemos notícia na história deste isólito país. De DIREITA, quase todos nossos meios de comunicação massiva o são, mas declaradamente FASCISTA e apoiando tudo o que crava a estaca nos costados do povo, nada igual ao que Alexandre Pittoli, o manager da rádio a transformou. Virou o reduto do fascismo no país. Meio que ainda irreconciliável ver em nosso quintal, aqui dentro de Bauru, este reduto, o ponto de encontro dos malucos e dementes nacionais. Quando vejo artistas e gente que se diz de esquerda aceitando falar naquele microfone, lembro logo do jornalista MINO CARTA, manager da revista Carta Capital, que aqui esteve em 2007 e lhe disse que poderia ser entrevistado pela TV Tem/Globo. Ele me olhou e disse algo assim: "Impossível. Eles sabem que se falar para eles, terá que ser ao vivo e aproveitarei para descer a lenha no que são e representam. Eles me conhecem, sabe que faria isso e nunca que me convidariam". Dito e feito, não o convidaram e me utilizo do que me disse para tudo o mais, ou seja, convidado por estes, só vou se for pra descer a lenha neles, do contrário, como posso dar espaço e paparicar quem nos apunhala a todo instante.

Dito isso, eu e AMANDA HELENA travamos um belo diálogo sobre este tema: E se convidado para ir dar entrevista ou falar algo nos microfones dessa horrorosa rádio, como agir? Primeiro ela me envia um texto, dos mais significativos, aqui compartilhado: "O que posso dizer sobre a Auri-Verde: Não aceitaria que nada de viés artístico ou comercial produzido por mim dependesse dessa mídia. Cristo disse que a árvore se reconhece pelo fruto, né? E o que brota pelos microfones dessa rádio é golpismo, fake-news, apoio a golpistas e contra o Estado Democrático de Direito. Logo, enquanto artista com viés claramente socialista me oponho á dividir microfone com fachos. Sei bem em qual lado da história tomo posição. Não dá pra ser morno quando a existência de algo vai claramente contra tudo que acredito. Não ignoro que outras mídias pertencem á burguesia e entre proprietários e trabalhadores possam haver bolsonarista, contudo essas mídias não existem com finalidade de atentar contra a democracia, nem ser palanque (inclusive citado na Veja e hoje na Folha de SP) de movimentações criminosas".

Ela me envia vários áudios e hablamos, numa troca de confidências, boa parte do dia. Agiria exatamente como proposto por ela e, seguindo o que já me foi prescrito pelo Mino Carta: impossível aceitar ser entrevistado num lugar destes, onde tudo o que acreditamos e lutamos é atacado diariamente. O fascismo é altamente perigoso e nos usa até nessas pequenas abordagens. Nos coopta para algo onde o tema é outro, mas estando lá, estamos referendando o que fazem num todo. Não dá. Impossível conciliação. Ressalto algo mais dito por ela: "Pra bom entendedor um pingo é um i, não cito nomes, pois daquela árvore não sai um fruto que presta, tudo fruto podre e não dá para acender uma vela pra deus e outro pro diabo. Estamos diante de um momento onde devemos nos posicionar. Falo de minha parte, eu Amanda me posiciono, pois agora o esgoto que até então era a Jovem Pan, agora recaí sobre a Auri-Verde. Como fazer parte disso. Espero que artistas não façam parte disso, pois tudo atenta contra tudo o que lutamos e acreditamos".

Diante do que conversamos, eis o posicionamento dela e o meu, exatamente idêntico e mais que pertinente. Estejamos atentos, pois reforçar o FASCISMO, inocentemente ou achando que o espaço deva ser aproveitado é altamente perigoso, pois se ainda não perceberam, notem como a CULTURA, para o fascismo, o fundamentalismo e a ultra-direita é algo rejeitado. Se abominam o que representamos, por que devemos ir lá no antro deles? Manter distância e denunciar o que fazem, isso sim é o mais recomendável. 
Todos os perversos estão reunidos no microfone dessa pérfida rádio.

O TESTE DE FOGO, BRASIL PRECISA ESTAR UNIDO PARA SEGUIR SOBERANO
“O jornal norte-americano The New York Times publicou nesta segunda-feira (28) um editorial contundente em defesa da soberania brasileira, elogiando a postura firme do governo Lula diante das ameaças e pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Intitulado “A soberania está na moda”, o texto destaca o Brasil como o principal exemplo de resistência entre os países das Américas frente às investidas autoritárias do republicano.
“o editorial afirma que, ao contrário de governos como o da Colômbia e do Panamá — que cederam às exigências de Washington —, o Brasil respondeu com altivez ao ataque frontal de Trump. O mandatário norte-americano ameaçou aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros caso o processo criminal contra Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado, não fosse encerrado. A chantagem foi prontamente rechaçada por Lula, que intensificou a defesa da soberania nacional.” […]��“O Brasil pode mostrar ao mundo o que acontece quando o governo Trump encontra pela frente uma nação soberana que não acata ordens”, escreveu Nicas. O texto também elogia o papel do Supremo Tribunal Federal, que reforçou a independência institucional ao impor tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, mesmo diante das ameaças estrangeiras. Lula, por sua vez, respondeu politicamente com firmeza: prometeu tarifas retaliatórias e adotou o lema “o Brasil pertence aos brasileiros”, repetido em discursos e simbolizado até em bonés.”
“O editorial aponta que a crise diplomática deixou clara a tentativa de interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos do Brasil, atitude que fere os princípios do direito internacional. Em contraste com países que aceitaram deportações forçadas e ampliação de presença militar estadunidense, o Brasil deu um basta. “O povo brasileiro sabe cuidar de si mesmo”, disse Lula, em uma frase destacada pela reportagem do NYT.�A análise conclui que o Brasil se tornou um verdadeiro “teste de fogo” para Trump — um presidente que tenta estender sua influência autoritária sobre outras nações. Ao não se curvar, o governo Lula reafirma o compromisso com a democracia, a independência das instituições e o direito do povo brasileiro de decidir seu próprio destino, livre de intimidações externas.”
Plantão Brasil e DCM